Maigret- O sumiço do Sr. Charles

O que o personagem Maigret tem de diferente dos inúmeros inspetores criados por Agatha Christie, ou se comparado ao Sherlock Holmes do Sir. Arthur Conan Doyle?
O quebra-cabeça psicológico.
Há alguns dias li Maigret- O sumiço do Sr. Charles, um senhor boêmio preso em um casamento infeliz que vê em suas escapadas periódicas uma forma de se aventurar em amores com prostitutas sem se prender verdadeiramente. Viver de aparências sociais, com um casamento falido. Sua esposa, uma pessoa amargurada, bêbada, que não quebra a farsa daquele casamento.
Para quem nunca teve contato com os livros do George Simenon, suas histórias acontecem no subúrbio de Paris, tendo como protagonista o personagem Maigret, que vive na década de 1940, e lida com os arquétipos sociais e tenta buscar na mente humana o motivo para se cometer um crime.
Logo de início o leitor percebe quem matou o senhor Charles, que o fato de estar desaparecido há mais de um mês, leva sua esposa a procurar o inspetor para realizar uma denúncia.
Porém, o que se desvela no decorrer da obra são farsas, segredos, vida de aparências, o que aos poucos desenha o real motivo que leva o assassino a cometer o crime. O foco do livro não é enrolar o leitor até o final para que ele descubra quem é o assassino ou assassina, mas sim, entender como funciona a mete de quem matou, e o que motivou a matar. Maigret vai no íntimo dos criminosos, encaixando fatos e detalhes que podem ser cruciais para entender o motivo. Se você ler outros livros do personagem Maigret, vai perceber que o personagem não se contenta em descobrir quem é o assassino, mas o porquê do crime. Esse é o grande diferencial do Simenon.
Um leitura suave, envolvente que prende o leitor do início ao fim. Super indico.

Comentários